Não se sabe qual é a data exata, mas estima-se que em torno de 49 a.C., o general romano Caio Júlio César voltando com sucesso de suas campanhas em Gália se deparara com um dilema avassalador: atravessar ou não o Rubicão?
O Rubicão era um nome dado a um curso d’água que fica à nordeste da Itália:
Na época da República romana, o Senado estabeleceu uma lei que não permitia que os generais atravessassem o Rubicão acompanhados de suas tropas e exércitos. Essa era uma medida de proteção a fim de evitar possíveis riscos ao status quo da República.
Diante deste dilema, César que estava sendo ameaçado e pressionado pelos seus inimigos em Roma, devido às suas conquistas e aumento de poder e popularidade durante as suas campanhas, foi impelido a tomar a difícil decisão de atravessar o Rubicão que mudou o rumo da história. Nesse momento histórico foram proferidas por César as seguintes palavras: “alea jacta est” (“os dados estão lançados”, popularmente conhecida como “a sorte está lançada”).
Uma vez que César tomara tal decisão, ele tinha plena consciência de que estaria transgredindo as leis do Senado e que a concretização deste ato não teria volta: era vencer ou morrer. Atravessar o rio não é apenas ir de uma margem à outra, mas simbolicamente representa o movimento, – uma postura oposta ao paralisante – a esperança de chegar a outro mundo, adentrar numa nova realidade. E foi assim: iniciara-se então uma guerra civil em Roma onde César triunfou, estabelecendo assim o Império Romano.
Escrevi anteriormente sobre os prejuízos pessoais e coletivos de andarmos apenas sob a área do “conhecido” evitando o novo, o desconhecido. Pois bem, sobre o evento simbólico-histórico do Rubicão, ocorreram-me algumas questões:
-Quantas vezes já nos deparamos com um Rubicão em nossas vidas e não tivemos coragem de atravessá-lo? Seja na dimensão familiar, amorosa, profissional, um forte impulso de ir para outra direção, mas permanecer petrificado...
-Quantas vezes optamos em ficar na zona de conforto em detrimento das possibilidades de resultados diferentes?
-Quantas vezes preferimos ficar com o inquietante discurso “é assim mesmo, não dá pra fazer nada”?
Nenhuma conquista foi (é) isenta de um risco. Para triunfarmos e chegarmos lá na frente isentos do arrependimento de que poderíamos ter feito mais e melhor, é necessário atravessar o Rubicão; é necessário correr riscos.
Portanto, atravessar o Rubicão é transformar a si mesmo.
Espero que esse texto contribua de alguma forma para a sua vida. Um abraço e até a próxima,
Julio C. N. Ito Psicólogo Clínico (CRP 06/130191) --- Você já se (re)visitou hoje?
(Foto por João Pedro)
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Muito bom!!! A gente tem a péssima mania de se manter na lei do menor esforço, que é mais fácil, mas quando atravessamos nosso Rubicão e chegamos na outra margem nos deparamos com lindas paisagens como esta da foto, ou seja, vale a pena (e muito) sair da zona de conforto.
Obrigado por compartilhar seu comentário, Janaina 🙂
Como um apaixonado por leituras e escritas da alma, é fácil para eu dizer que me identifico com a escrita e pensamentos adotados pelo autor” julin”.
Quantas vezes não ficamos confusos pelos vastos caminhos a escolher, e nos deparamos com vários rubicão em nossas vidas.
Com isso , muitas vezes pergunto-me se eu não sou o meu próprio obstáculo a atravessar os vários rubicões dos meus caminhos.
Se for certo afirmar que não temos um mapa sobre nosso futuro eu provo que a Sorte sempre esta lançada.
Então que, possamos ir naufragar nesta imensidão dos desconhecidos e aprofundamos mais ainda em nosso EU” Self”.
Boa reflexão, Nelson 🙂
Obrigado pelo comentário!
Naufragar em algumas situações é natural. Que possamos sempre voltar ao barco que virou e continuar a navegar com novos conteúdos e vivências integradas.
Aqui é a Carla Da Silva, gostei muito do seu artigo tem
muito conteúdo de valor parabéns nota 10 gostei muito.
Oi Carla, fico feliz que tenha gostado!