A lagarta, para se tornar borboleta, precisa passar por um processo de transformação – como numa terapia. Ela rasteja, come folhas... rasteja e come folhas. Depois se fecha num casulo onde, para quem observa de fora, parece que nada acontece. Finalmente ela sai do casulo como novo ser. O que acontece quando tentamos dar aquele empurrãozinho nesse processo dela?
“Quem tenta ajudar uma borboleta a sair do casulo a mata. Quem tenta ajudar um broto a sair da semente o destrói. Há certas coisas que não podem ser ajudadas. Tem que acontecer de dentro pra fora.”
Rubem Alves
Quando se tenta ajudar uma borboleta “botando o dedo no casulo”, essa borboleta irá sair mais facilmente, porém, paradoxalmente será justamente essa facilidade momentânea que abrirá portas para um futuro infernal: suas asas não terão desenvolvido forças suficientes para alçar os belos e leves voos que as borboletas realizam. Força essa que teria sido desenvolvida nas tentativas de sair do casulo por si mesma.
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Aguenta, segura e suporta um pouco esse sofrimento porque dele pode vir a força, o insight do qual você está necessitando. Com isso não quero dar a entender que não se deva nunca ajudar. Não se trata disso. Rubem Alves deixa bem claro que "há certas coisas que não podem ser ajudadas". Nesses casos, trata-se de cultivar uma atitude diferente de simplesmente ignorar a situação – como a fuga ou outras distrações – ou fornecer uma resposta pronta coletiva, que no caso de uma individualidade, culminará em violentar a mesma – acho que por isso que nunca gostei de respostas prontas.
A ideia é olhar para o que precisa ser visto.
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Você já se (re)visitou hoje?
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