Só porque eles não te ensinaram ou porque não sabiam dançar significa que você nunca poderá dançar?
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Vai falar que você nunca justificou uma (falta de) atitude por algo do passado? Pois é, observando o diálogo entre o personagem Harry e a moça desconhecida que o chama para dançar chega a ser tragicômica a situação. Vergonha alheia né? Quem nunca caiu nessas amarras psíquicas deveras humanas.
Um homem de quase 50 anos justificando que os pais não eram da dança e por isso ele nunca soube dançar.
Jung, passado, presente e futuro
Jung disse em seu A Prática da Psicoterapia (vol 16/1 de suas Obras Coligadas) que é comum querer justificar a situação presente pelo passado, porém, o passado não nos determina. Se nossos futuros dependessem somente do que nos aconteceu no passado, muitos de nós estávamos lascados. O passado pode até tentar nos aprisionar, mas o ser humano é um eterno devir e nunca saberemos com precisão cirúrgica o que de fato seremos amanhã (a alma é imprevisível).
Quem pensa que nada vai mudar é o passado. Mas lembremos que não somos feitos apenas de passado, pois abrigamos também muitos hojes e amanhãs dentro de cada um de nós. Talvez o passado, por medo da mudança, tiranize nossos agoras e amanhãs.
E pra fechar com chave d’ouro, segue a continuação do diálogo com a resposta da moça:
Vou parar por aqui porque a bronca da moça foi grande.