Introdução
Hoje eu tô um pouco triste.
Nós não fomos educados a nos relacionar saudavelmente com a tristeza. De um modo geral, o que predomina é um modo de fuga maníaco de lidar com qualquer estado que nos deixa mais pra baixo. Repare que ao menor sinal de “cabisbaixismo”, ouve-se aos quatro cantos a receita universal na ponta da língua: “não fica assim, não”. A quantidade de dois “nãos” chama a atenção e denuncia a intensidade do horror de se experimentar ou ver no outro um sinal de tristeza. Como se fosse uma doença contagiosa e a pessoa tivesse que se afastar rapidamente. Um pedido, praticamente um implorar, para reprimir esse sentimento que tem lugar no nosso psiquismo. Se eu reprimo esse sentimento, não há nenhuma possibilidade de elaboração de algum conteúdo que surgiu do fundo da minha alma. E o pior: ao reprimir, alimentamos o inconsciente e impedimos um importante movimento para uma vida emocional rica: a elaboração, a digestão dos acontecimentos que experienciamos e que nos atravessam.
Função da tristeza
O que alguns não sabem é que a tristeza favorece um cenário para uma reflexão mais profunda, pois quem já tá embaixo, consegue ver melhor as coisas que estão lá embaixo... diferentemente de uma postura inflada que tem grande dificuldade nesses assuntos da alma.
Alegria, êxtase e desequilíbrio
Agora, quando se trata da alegria, do êxtase, o imperativo coletivo conduz ao movimento contrário: “permaneça na alegria o máximo de tempo possível!” E é aí, nesse cenário totalmente desequilibrado emocionalmente, que se conquista o terreno favorável para o adoecimento psíquico. Igualmente, neste momento, venho em defesa de uma certa tristeza.
E aí, como você lida com a tristeza? comenta aqui embaixo e compartilha se você gostou desta reflexão. Um abraço...
Veja também:
Em defesa de uma certa tristeza (vídeo)
: Em defesa de uma certa tristeza